Demência Vascular

A Demência Vascular é a segunda causa mais comum de demência. Ela tende a apresentar um início um tanto mais precoce que a Doença de Alzheimer e, ao contrário desta, os homens são mais frequentemente afetados do que as mulheres.

O início da Demência Vascular é tipicamente súbito, seguido por um curso flutuante e gradativo, caracterizado por rápidas alterações no funcionamento, ao invés de uma progressão lenta. O curso, entretanto, pode ser altamente variável, podendo apresentar um início insidioso com declínio gradual. 

Para o diagnóstico de Demência Vascular deve haver evidências laboratoriais de doença cérebrovascular consideradas relacionadas com a demência. Os sinais neurológicos focais na Demência Vascular incluem: resposta extensora plantar, paralisia pseudobulbar, anormalidades da marcha, exagero dos reflexos tendinosos profundos ou fraqueza de uma das extremidades.
A Tomografia Computadorizada (TC) do Crânio e a Imagem por Ressonância Magnética (IRM) geralmente evidenciam múltiplas lesões vasculares do córtex cerebral e estruturas subcorticais. Existem cada vez mais evidências de que a Demência Vascular possa coexistir com a Doença de Alzheimer, levando a uma confusão no diagnóstico. Nesse caso as lesões vasculares contribuiriam para a gravidade da Doença de Alzheimer (Snowdon, 1997).
A diferenciação entre Doença de Alzheimer e Demência Vascular costuma ser difícil, e outros tipos de doenças vasculares do cérebro também podem levar a um comprometimento da cognição, o que é suficiente para originar um quadro demencial. Essas doenças vasculares incluem:

· Infartos grandes,
· Infartos lacunares,
· Infartos fronteiriços (watershed infarction),
· Doença de pequeno vaso (doença de Binswanger).

A Ressonância Magnética ampliou o conhecimento do padrão de lesões na Demência Vascular, proporcionando ainda indícios para a causa da base desta demência. Para exemplificar, podemos citar os múltiplos infartos grandes, os quais sugerem embolia repetida, direcionando as investigações cardíacas para a detecção de uma fonte de embolia.

Os infartos lacunares indicam hipertensão mal controlada, ao passo que alterações isquêmicas sugerem doença de pequeno vaso, o que pode produzir um quadro clínico de declínio gradual semelhante ao da Doença de Alzheimer. O padrão de déficits na Demência Vascular pode ser subcortical, cortical ou misto, dependendo das localizações das lesões. Um padrão em degraus de declínio é típico da demência multi-infarto.

O DSM.IV classifica um subtipo de Demência Vascular chamado “Com Humor Deprimido”, usado no caso do humor deprimido ser a característica predominante. Um outro especificador é detectado quando a Demência Vascular é acompanhada de perturbação do comportamento, o que indica alterações comportamentais significativas, como por exemplo vagar a esmo pelas ruas. As muitas variações da apresentação da Demência Vascular estão diretamente ligadas às áreas acometidas pela isquemia.

Em geral, são recomendadas medidas terapêuticas: praticar exercícios regularmente, uso de agentes anticoagulantes e antiplaquetários e manter o controle da hipertensão e de eventuais arritmias cardíacas (por representarem importantes fontes de embolias, estenose da artéria carótida, hiperlipidemia ou excesso de colesterol, triglicérides e diabetes).

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