Formas de expressão e vícios de linguagem
A investigação científica sobre a relação entre padrões linguísticos e transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão, tem proporcionado insights reveladores sobre a interconexão entre linguagem e saúde mental. Estudo publicado no Journal of Psychopathology and Clinical Science evidencia padrões linguísticos distintos e sobrepostos nesses transtornos:
Uso frequente de palavras relacionadas à percepção, ao corpo e a sentimentos sugere preocupação acentuada com estados internos;
- Redução no Uso de Artigos: Indicativo de menor atenção ao mundo externo;
- O uso frequente de verbos comuns com o pronome "eu", sugere dificuldade em distanciar-se de si mesmo.
Diferenciação entre Ansiedade e Depressão
Embora existam sobreposições, certos padrões linguísticos são mais característicos de um transtorno que do outro. Por exemplo, a ansiedade tende a se manifestar em uma ampla gama de palavras denotando emoção negativa, enquanto a depressão está mais associada a palavras relacionadas à solidão, tristeza e falta de emoção positiva.
Implicações Psicológicas do Uso do "Eu"
O uso do "eu" é comum em ambos os transtornos, mas particularmente prevalente na depressão. Este estilo de linguagem sugere um foco intenso em pensamentos e sentimentos internos, frequentemente de natureza negativa, que pode ter implicações negativas tanto pessoais quanto sociais.
Pessoas com ansiedade mostraram uma tendência menor de usar negações, indicando potenciais dificuldades em compartilhar sentimentos negativos.
O uso da linguagem pode ser um indicativo importante do estado mental de um indivíduo, potencialmente auxiliando profissionais da saúde mental na identificação de sintomas subliminares desses transtornos.
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Dr. Ricardo Zimmer
Médico Psiquiatra
CRM-SC - 10305 RQE 9292
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