O medo, a ansiedade e o estresse
O medo está presente no nosso dia a dia, cada vez mais forte. Ficar doente, ter perdas financeiras, ser demitido, perder um ente querido são exemplos de temores que afligem milhões de pessoas Brasil afora nos dias atuais. Com todos esses fantasmas rondando os pensamentos ininterruptamente, sintomas relacionados à ansiedade e ao estresse podem começar a aparecer, com problemas digestivos, insônia, dores de cabeça e pensamentos obsessivos.
A ansiedade, quando bem dosada, tem seu lado positivo, uma vez que ela nos coloca em uma posição de alerta. O problema começa a aparecer quando ela tira o foco da atenção, sequestra os pensamentos ou mesmo incapacita. Se você percebe que o medo e a ansiedade atrapalham o andar da sua vida, procure ajuda. A ansiedade não tratada pode evoluir para situações que interferem ainda mais no dia a dia e no bem estar, como por exemplo a crise de pânico e o TOC (transtorno obsessivo-compulsivo).
A crise de pânico é um exemplo de situação aguda de ansiedade, onde o paciente tem picos de adrenalina e outras substâncias responsáveis pelo disparo do estado de alerta. Aqui, o paciente pode ter inesperados e repentinos ataques de medo e desespero, com inclusive sensação de ataque cardíaco ou derrame. Outros sintomas incluem palpitações, sudorese, tremores, sensação de falta de ar, náuseas, tonturas, calafrios, dormências ou formigamentos e sentimentos de desrealização e despersonalização. Quando não tratados, os ataques de pânico podem levar à agorafobia, um medo intenso de estar fora ou em espaços fechados.
A segunda possibilidade de evolução da ansiedade é o TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo). Aqui o paciente não possui picos agudos de ansiedade, como o que acontece nas crises de pânico, mas sim um prolongado patamar elevado de ansiedade (bem menos elevado que o patamar da crise de pânico, mas ainda assim, elevado) por período longo, que se apresenta ao paciente como crises recorrentes de obsessões e compulsões, com pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela queira. A ocorrência de pensamentos obsessivos tende a se agravar, à medida em que a pessoa executa rituais compulsivos para atenuar as obsessões, como por exemplo rituais de limpeza, de conferência de desligamento de aparelhos ou fechamento de portas, verificação de simetria ou organização. Tal agravamento acaba por se tornar um grande obstáculo na vida do paciente. Mesmo situações cotidianas podem se tornar inviáveis diante do TOC, como comer, sair de casa ou dormir.
A ansiedade e o medo também podem se somatizar de outras formas. Por exemplo, muitas pessoas utilizam a comida como forma de aliviar os sintomas, prática que pode causar outros complicações de saúde, como obesidade, diabetes, problemas no coração, etc. Uma forma de fugir disso é tentar desviar o foco, colocando uma música para ouvir, um filme para assistir ou procurar qualquer outra atividade para distrair e não descontar na comida.
Se você percebe que sofre com estes sintomas e eles estão afetando sua vida, a ponto de você não conseguir se concentrar para ler um livro, por exemplo, é importante procurar uma ajuda profissional.
Dr. Ricardo Zimmer
Médico Psiquiatra
Pós-graduado em Endocrinologia e Metabologia
CRM-SC - 10305 RQE 9292
Fontes:
https://guiadafarmacia.com.br/materia/ansiedade-e-estresse-a-flor-da-pele/
https://gauchazh.clicrbs.com.br/coronavirus-servico/noticia/2020/03/como-lidar-com-o-estresse-e-a-ansiedade-diante-do-coronavirus-ck84syd7h070e01pqvd23az11.html
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/03/25/emocoes-e-imunidade-desespero-com-o-coronavirus-pode-afetar-a-imunidade.htm
https://guiadafarmacia.com.br/materia/ansiedade-e-estresse-a-flor-da-pele/
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