Onde está a felicidade?

Existem várias definições possíveis para o termo felicidade. O dicionário Aurélio a define assim: "êxito, sucesso, satisfação pessoal ou do outro. Algo que ocorre, uma circunstância ou situação". Contudo, penso que antes de entender o que é felicidade, melhor mesmo é vivenciá-la. Mas, como? Tenho a pretensão neste escrito de trazer um olhar sobre as maneiras que podem nos aproximar da felicidade. Entretanto, o que a representa sempre será algo muito particular de cada indivíduo, mas existem algumas maneiras mais adequadas de estar em sintonia com o mundo e consigo mesmo, e isso sim pode facilitar ser feliz.

Podemos apontar algumas estratégias usadas pelas pessoas para alcançar a felicidade. Geralmente são regras mantidas como hipóteses, por exemplo: quando usamos as expressões “se” ou “então” estamos fazendo uma alusão a um futuro promissor, descrito através do “quando” - se não tiver problemas, então serei feliz... quando comprar tal objeto....

Porém, a vida nunca deixará de ter questões ou situações para resolver, ficando desta forma quase impossível de ser feliz seguindo essa lógica!

Mas existem alternativas. Ao contrário de idealizar um mundo sem problemas, quem sabe não é mais viável nós nos capacitarmos na solução destes e assim deixá-los menores ou no seu tamanho real? Quando desenvolvemos a capacidade de tolerar aquilo que não tem solução, a vida também pode se mostrar mais leve.

Outra forma de conseguirmos alcançar a felicidade é procurarmos ter regras mais flexíveis ou funcionais para com o mundo, para com os outros e para conosco, que deixariam as coisas da vida mais fáceis e ajustáveis.

Alguns exemplos de regras disfuncionais ou inflexíveis contrárias, citadas anteriormente, que frequentemente tomam conta da vida das pessoas:

1) Busca de segurança pelo acúmulo de capital e/ou prestígio. Ter tudo sob controle ou organizado.

2) Ser valorizado ou amado pelos outros e não desagradar ninguém.

3) Ter que desfrutar de situações de prazer e conforto como compra de um carro novo, viagens sonhadas ou mesmo a incansável busca por um corpo perfeito.

As pessoas ficam reféns ou escravas dessas regras, impostas como verdades absolutas e difundidas como leis, não se questionando, o que as faz ficarem acostumadas. Dessa forma, deixam de enxergar várias outras possibilidades de ser feliz.

Você já deve ter escutado ou até mesmo falado para alguém a seguinte frase: “Como você não é feliz? Você tem tudo! Casa, família, saúde...”

Bem, vejamos então como isso pode acontecer. Ter tudo para ser feliz e não sentir a felicidade. A hipótese que identifico, e não tenho encontrado outra melhor até o presente momento, é a seguinte:

A diferença entre alguém feliz ou infeliz está na interpretação que a pessoa faz diante do que acontece, ou seja, na maneira pela qual significamos ou entendemos a realidade e as nossas vivências e não, necessariamente, na obtenção de coisas externas.

A interpretação muitas vezes se dá de forma automática e sem a consciência do que se pensa do significado. Então a pessoa não sabe que isso acontece, mesmo quando repete várias vezes ao dia (por anos até), ainda assim ignora várias outras coisas boas e maravilhosas que acontecem durante os dias sem dar o devido valor a elas.

Então, recapitulando, para sermos felizes temos que entender que as coisas não serão como a gente considera que elas deveriam ser. Teremos que nos adaptar, porque tudo sempre mudará invariavelmente. Sendo assim, é mais adequado sermos flexíveis na maneira de pensar e agir, adaptando-nos às transformações, pois por muitas vezes estaremos equivocados e confusos mesmo não percebendo isso. Dessa maneira é melhor possuirmos um modo mais flexível de entender o mundo, os outros e a si mesmo.

Parafraseando o poeta: “Não é possível encontrar a felicidade, mas sim construí-la e exercitá-la”. 

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